Nós explicamos o que é uma hipótese, seus tipos, características e exemplos. Também, como é formulada e como difere de uma teoria.
O que é uma hipótese?
Uma hipótese é uma proposição ou afirmação considerada verdadeira no início, embora ainda não tenha sido testada, e portanto constitui uma especulação ou conjectura de trabalho, sem confirmação ou refutação pela experiência. O termo vem do grego hipo, “abaixo”, e tese, “opinião” ou “conclusão”.
Hipóteses podem ser mais ou menos fundamentadas de fato, mas servem como um primeiro passo na pesquisa, que procurará prová-las ou refutá-las. Isto, entretanto, deve ser feito através de evidências empíricas ou através de um argumento sustentado, dependendo se estamos tratando de pesquisa quantitativa ou qualitativa.
Em qualquer caso, uma hipótese é uma formulação provisória, pois quando é testada torna-se uma afirmação verificada ou demonstrada. A formulação de uma hipótese é também central para o método científico, cuja série de passos permite testar, refinar e finalmente formular uma interpretação científica que serve como base para a compreensão da realidade.
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Característica das hipóteses
Uma hipótese deve ter as seguintes características:
- Uma hipótese consiste numa relação entre um elemento A e um elemento B, sejam eles quais forem, cuja relação se expressa sob a forma de uma proposição.
- Refere-se sempre a um evento ou a uma provável relação entre as coisas, uma vez que algo claramente impossível não pode ser testado.
- Tem uma série de variáveis específicas, que devem ser claramente identificadas e definidas. A relação entre estes, aliás, deve ser proposta pela própria hipótese e deve ser clara, compreensível e plausível.
- Estão normalmente ligados a técnicas estabelecidas e conhecidas que servem para os testar.
- São sempre falsificáveis, ou seja, podem sempre ser contrariados por argumentos que os contradizem e assim os põem à prova.
- São declarações inteiramente provisórias, a serem testadas ou descartadas pela pesquisa.
Tipos de hipóteses
Hipóteses podem ser classificadas de várias maneiras, as mais importantes das quais são:
- Tipos de hipóteses de acordo com seu escopo. A julgar pelo tipo de realidade a que a hipótese se refere, podemos falar de:
- Hipóteses Singulares. As que se referem a um fato específico e singular.
- Hipóteses gerais. Aqueles que se referem a fatos que são reiterados dentro de um sistema. Por sua vez, eles são classificados em:
- Hipóteses universais. Quando tentam demonstrar um conteúdo que se aplica à totalidade do que é investigado.
- Hipóteses probabilísticas. Quando são formuladas em termos de proporções, percentagens ou maiorias.
- Tipos de hipóteses de acordo com a sua origem. Dependendo do procedimento lógico que permita a sua formulação, teremos os seguintes tipos de hipóteses:
- Hipóteses indutivas. Aqueles obtidos por indução, ou seja, em generalizações e suposições de casos singulares.
- Hipóteses dedutivas. Aqueles obtidos por dedução, ou seja, logicamente derivados de hipóteses anteriores já testadas ou descartadas.
- Hipóteses analógicas. Aqueles obtidos por analogia, ou seja, comparando ou transferindo o conteúdo de uma hipótese para outras semelhantes.
Como é feita uma hipótese?
Os passos na formulação de uma hipótese, que geralmente é o início de toda pesquisa, são os seguintes:
- Colher o problema de interesse. Em que a nossa hipótese será inserida. Qualquer é igualmente válido.
- Reunir informações. Para arriscar uma hipótese provável, devemos saber o máximo possível sobre o assunto.
- Comparar as informações e apresentar explicações. Ou seja, explorar as possíveis respostas ou soluções para o problema, com base nos dados recolhidos e contrastados.
- Escolher a explicação mais provável. O que é plausível, provável e que os melhores métodos de pesquisa permitem.
- Formular a hipótese. Ou seja, afirmar a possível explicação em termos científicos, excluindo todas as outras e construindo o modelo experimental que servirá para prová-lo ou refutá-lo. Todas as hipóteses servem para iniciar uma investigação, sem a qual não seriam mais do que conjecturas.
Exemplos de hipóteses
Sem tentar desenvolvê-las por completo, as seguintes hipóteses servem como exemplos:
- Conhecendo o efeito de certos metais pesados no corpo humano, pode-se assumir que a presença de alguns desses efeitos em uma comunidade mineira corresponde à presença desses metais pesados no ar, água ou alimentos da comunidade.
- Combinando as características de uma emissão de ondas de rádio recebidas do espaço exterior com as emissões naturais que recebemos todos os dias, é possível assumir que esta nova emissão provém de uma civilização extraterrestre.
- Estudando em profundidade as características da obra de um importante pintor medieval, é possível demonstrar até certo ponto a sua influência na obra de outros pintores muito posteriores com quem não partilha a nacionalidade.
Diferença entre hipótese e teoria
No conhecimento científico são tratadas numerosas hipóteses, algumas das quais são comprovadas e outras, por outro lado, refutadas. As últimas são reformuladas, refinadas ou descartadas, enquanto as primeiras são integradas em sistemas lógico-deducativos que tentam explicar em detalhes um fenômeno da realidade, e que são conhecidas como teorias científicas.
Isto é, uma teoria é constituída por um conjunto de hipóteses testadas, de modo que estas constituem uma unidade de significado muito menor no campo da pesquisa científica.
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Referências:
- “Hipótese (método científico)” no Wikipedia.
- “Hipótese” no Diccionario de la Lengua de la Real Academia Española.
- “Como enunciar uma hipótese? (vídeo) em Puntaje Nacional Chile.
- “La formulación de hipótesis” em Histodidáctica da Universidade de Barcelona.
- “Hypothesis (logic)” em The Encyclopaedia Britannica.
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